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Abordagem 4.0 para o Especialista em Controles Internos
14/01/2021 por Eduardo Person Pardini



Não existe duvida, que o mundo corporativo, nos últimos anos tem inovado de forma substancial, com forte processo de conversão ao mundo digital, acompanhando de alguma forma o movimento da sociedade. Devido ao cenário vivido em 2020, as corporações, como forma de sobrevivência, tiveram que agilizar, ao limite, este processo de inovação e digitalização.

Todo este esforço para readequação e reposicionamento das operações criou novos cenários, desafios, riscos e oportunidades, Com certeza, o eixo foi movimentado e sem possibilidade de retorno para sua posição original.

Por exemplo: a virtualização das operações e dos negócios, que em um primeiro momento foi desafiador, permitiu a organização, vivenciar um novo formato de gestão, o qual proporcionou a possibilidade da existência de operações mais simples, econômica e ágil, requerendo estrutura mais matricial, menos hierárquica, mais enxuta, mais conectada e muito mais econômica.

O trabalho remoto possibilitou um novo formato de liderança das equipes, e a permitirá a globalização dos negócios e da força de trabalho.

Na esteira destas mudanças, olhando para o micromundo da operação, vamos verificar que os ciclos de negócios, segmentados por processos operacionais e atividades de transação, precisam ser revistos, adaptados e/ou inovados. Os requisitos hoje são outros, e precisam ser endereçados de forma apropriada.

Neste cenário, os especialistas em controles internos, principalmente aqueles com certificação CICS – Certified Internal Control Specialist, não podem ser coadjuvantes, precisam ser protagonistas, liderando a difusão e aplicação das estruturas de melhores práticas de gestão em sua organização, apoiando a gestão neste processo de mudanças estruturais, permitindo que a empresa possa manter sua vantagem competitiva.

Para isto, os profissionais de controles internos devem inovar sua abordagem nas atividades de modelagem, implantação ou avaliação dos processos operacionais, gerenciamento de riscos e sistema de controles internos.

Ter uma visão mais holística da empresa, alinhando mercado, estratégia e operação, é requisito fundamental para o especialista. Ele precisa ver e entender o sentido das “partes” no “todo” empresarial, fazendo sentido em todo o ecossistema da operação.

Além de toda capacitação técnica e gerencial que este profissional deve ter, ele precisa incluir, em suas atividades, novos modelos estruturados, quebrando paradigmas e expandindo sua cobertura e visão para além dos controles.

Deve deixar de ser o profissional “testador” de controle para se tornar o profissional que, com visão de negócio, apoia a empresa na modelagem de uma estrutura operacional moderna, ágil, otimizada e baseada em visão de riscos, a qual, proverá suporte para a empresa alcançar seus objetivos estratégicos de forma sustentável e ética.

Pensando em fomentar algumas reflexões e também contribuir com estas mudanças, descrevo a seguir alguns atributos, que julgo essências, e que devem fazer parte desta abordagem a qual denominei, por falta de criatividade, como 4.0, alusão a quarta revolução industrial que tem foco no aumento da eficiência e produtividade utilizando sistemas cibe físicos, automação, IOT, cloud e outros.

Vejamos então estes atributos:

  1. Avaliação da estrutura organizacional com base em uma visão de negócio, para que possa promover o alinhamento do capital aplicado na organização operacional com o retorno estratégico planejado,
  2. Aplicação de metodologia estruturada e disciplinada para avaliação de processos e atividades, considerando a inclusão dos princípios e valores do ágil,
  3. Adicionar a revisão do desempenho da estrutura de governança, compliance e programa de integridade como requisito nos programas de avaliação e validação dos processos, tarefas e ambiente,
  4. Utilização de técnicas e ferramentas de ciência de dados em seus processos de levantamento e testes da eficiência e eficácia do sistema de controles internos, como para validação de base de dados e segurança da informação,
  5. Fortalecer a visão de riscos estratégicos e operacionais inerentes a corporação, tomando especial atenção para os riscos considerados emergentes, seja na gestão da tecnologia de processamento de dados aplicado aos processos operacionais, na inovação, no mercado, ou em outras dimensões que podem impactar a capacidade da organização não alcançar sua missão,
  6. Identificar as melhores práticas de gestão que possam ser consideradas como paradigmas para melhoria de performance e inovação, promovendo-as na estrutura, fortalecendo o ambiente de controle e aperfeiçoando os fundamentos da governança corporativa, do gerenciamento de riscos, dos sistemas de controle interno, compliance e/ou outra atividade afins.

Como podem observar, a adoção destes atributos, na atividade de controles internos, requer uma mudança de “mindset”, não somente dos profissionais de controles internos, mas também da gestão, em todos os níveis.

Toda mudança gera reação e resistência, de forma que para ter sucesso elas devem ser planejadas, incluindo neste plano um processo robusto de sensibilização da estrutura para a promoção e fundamentação de consciência e cultura de eficiência, riscos e controles, mitigando o risco de não ter sucesso nesta mudança.

Finalizo este artigo com uma frase que sempre me ajuda quando estou arrumando alguma desculpa para não mudar, que é:

“A mudança é a lei da vida, aqueles que olham apenas para o passado, ou para o presente serão esquecidos no futuro” J.F Kennedy

 

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